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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Voltou e não veio a mim.
Fiquei esperando
na minha pressa
a sua chegada.

Veio sem romance,
sem palavras.
Não era como em 2008.

Eu contava os minutos
para a solidão se apresentar,
não era mais dona de mim.

Dormiu de braços vazios.
Sem o seu cheiro, sem expectativas.
Atropelou a saudade,
e a vontade de ser o que já não era mais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ouvindo dub teve um pressentimento.
Que o cabelo cresceria,
e aí quando estivesse madura,
viria o emprego tão sonhado.
Seria feliz,
e pensou que pra chegar até lá
teria que acordar.
Não só dessa realidade,
que a impede de se mover,
mas levantar cedo, fazer sacrifícios.
Rabiscou um cronograma,
dessa vez daria certo.
Tinha que ser racional,
o coração não estava muito bem.
Assiste novelas antigas
pra se lembrar como era.
Fantasia o seu futuro,
quer uma nova tatuagem.
Escuta David Bowie
vai tentar ler Virginia Woolf.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Campinas

Como é percorrer as ruas de Campinas depois de cinco anos sem morar aqui?
A cidade que mudou ou sou eu que envelheço?
Vou até a Igreja Nossa Senhora do Carmo e rezo.
Passeio pelas praças.
Como um pedaço de torta na confeitaria Senzala.
A Puc-Central ainda vibra ancorada no centro.
Vou até o sebo da esquina do meu ex-apartamento, compro um livro anarquista e Drummond.
Ali era minha travessia para uma jornada cultural.
Estou no City, terminando a primeira garrafa de cerveja.
Pessoas que nunca vi.
Não me sinto sozinha, sou forte, espero os meus camaradas.
Essa cidade me lembra tanto o Cris que tenho a impressão que ele chegará a qualquer momento.
Já não sou mais aquela que todos conheciam, embora o passado não passe nessa cidade.
Hoje vi a síndica do prédio que me odiava, e também, certeza, aquele cara que atravessava a rua era "O Politizador".
Me fez sentir que ainda vivo nessa cidade, que pertenço a esse lugar, que por instinto não consigo me perder.