Total de visualizações de página

sábado, 6 de abril de 2013

Eu sou assim

Um coletivo se consolida com a união das pessoas.
Eu, mais uma vez, cheguei a pensar que um novo mundo era possível.
Era como estar novamente no Fórum Social Mundial.
Ou voltar as minhas manhãs de sábado fazendo os programas da Rádio Muda da Unicamp.
Ainda me fez lembrar da época de ciências sociais, onde invadíamos a reitoria.
Os panelaços na Puc-Campinas; os congressos estudantis; a reunião das feministas.
Como nasci em 1980, idolatrava os anos 60, é o mesmo insite do Woddy Allen quando fez " Meia-noite em Paris".
Li muitos livros que relatavam os anos de chumbo no Brasil.
Filmes, séries de TV, músicas politizadas, sempre pertenci a esse período.
Me arrepia até hoje ver as imagens em preto e branco dos estudantes fugindo da cavalaria.
A contracultura foi como um soco no estômago: o mundo não era tão óbvio assim.
Eu não era uma Barbie que acabou de sair da fábrica.
Fico pensando.....como as pessoas ainda são tão conservadoras?
Essa semana foi publicado um Provimento regularizando o casamento civil  homoafetivo no Estado, foi feita uma enquete num site de notícias, e quase 70% da população é contra essa nova concepção de igualdade.
Em que mundo eu estou??? Em que década? Em que século?
Aí, continuando nessa história de luta, me enveredei pela questão indígena.
Comecei a fazer parte de um Coletivo que no início tinha 50 pessoas. Fizemos passeatas que duravam o dia inteiro, também havia reuniões toda a semana, era lindo de se ver.
Lá estava eu de volta pro mundo real.
Participando, sendo cidadã pra valer!
Atuando no Estado Democrático de Direito.
Fomos ouvidos, sim conseguimos fazer com que a população abrisse os olhos, por um instante foi divulgado para o mundo a situação dos guarani-kaiowá da nossa região, a miséria dos nossos irmão, a violência física e psicológica que eles enfrentavam no seu cotidiano.
Essa semana também aconteceu a abertura da exposição com 20 quadros dos artistas que pintaram durante a manifestação de novembro, a mostra vai durar até o final de abril.
O Coletivo fez uma programação extensa com atrações artísticas durante o decorrer do mês.
Fiquei com um vazio no peito, pensando....será a ultima batalha do Coletivo?
Eu não vou mais em todas as reuniões.
Talvez  por estar tão corrida, de tudo o que me consome, trabalho, filho, casamento, não consigo ser mais aquela idealista, romântica, apesar de ainda estar tão vivo em mim esse lado revolucionário.
Não quero olhar para trás e pensar que desisti.
E ser como a maioria: viver a pão e circo.
O negócio é fazer as pessoas se juntarem de novo.
Acreditar além do óbvio.
Eu não sei....
Caras como Feliciano me faz desacreditar, perder a fé.
Absurdos que acontecem e todos fingem que está tudo bem.
Dona Dilma, a ex-guerrilheira, mandando a Força Nacional exterminar o povo Munduruku.
Manifestantes no Rio indo pra cadeia só porque estão exercendo o direito da liberdade de expressão.
Homossexuais agredidos por amar livremente.
Como diz a minha irmã: Pare o mundo, eu quero descer!
Mas vou seguindo o meu caminho....acreditando.
"Quem quiser gostar de mim eu sou assim"