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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pedido de casamento


Demorei uma hora pra sair da cama.

Medo de ser rejeitada mais uma vez.

As crianças cantarolavam ontem “A Priscila tem medo dela
mesma”.

É verdade (as crianças serenamente jogam a verdade na nossa
cara).

Decidi: tenho R$ 150,00, não sei o que dá pra comprar com isso, se
 duas alianças que não são joias de verdade, ou um par de brincos,
 ou colares....sei lá, nunca fui mesmo muito convencional.

Mas vou pedir ele em casamento.

Depois de quase um mês sozinha, sofrendo como nunca sofri,
 chorando, me lamentando, tudo bem, também saí, enchi a cara,
 fiz merda, não nego...não sou hipócrita, em alguns momentos fui
feliz, quando voltava pra casa sozinha escutando Doors no rádio,
ou quando pulava ao som de Dimitri Pellz, eu sei, ou até mesmo
num dos primeiros dias que estava solteira e fui tomar um açaí,
comprei um jornal francês (versão em português lógico) e fiquei lá
 lendo....me curtindo, achando o máximo a minha independência
emocional.

 

Mas era tudo mentira. Eu não estava feliz. Eu era feliz naqueles
momentos, e no outro dia estava um trapo outra vez.

Vim pra chácara pra pensar na vida ( só isso que faço
ultimamente).

E quatro dias sem ter companhia, sem ter alguém ao lado pra
assistir filme comigo, ou pra discutir sobre o livro que estou lendo,
 ou mesmo pra brindar uma cerveja, foi demais pra mim.

E não é qualquer pessoa que me faz falta, é ele!

Eu sei, eu sei....minha terapeuta já me alertou: Você e nem ele
estão preparados para esse tipo de relacionamento (morar juntos,
 casar...etc).

Só que eu sou teimosa, sempre serei, e vou tentar.

E sou de 1968, e acompanho Caetano em “Alegria, Alegria”.

Também compartilho da ideia de uma ex- amigo, ex- amor, que
 sempre me dizia: Foda-se o goleiro!

Eu vou lá mais uma vez, me ajoelhar, propor ser apenas dele, ouvir
 suas chatices pro resto da minha vida, acordar todos os dias ao
seu lado, discutir quem vai lavar a louça, fazer uma caderneta pra
ver o quanto a gente pode gastar ou não....

Quero ouvir da boca dele: Pri, eu quero tentar uma vida com você,
 eu quero me dividir na sua vida, eu quero ser o seu homem, eu
acredito em você!

Eu não tenho dinheiro, mas isso é uma questão momentânea.

Se não confiar nisso, no meu taco, viro um caranguejo.

Tudo pode acontecer em apenas um dia.

Posso levar um pé na bunda, e ficar até o final do ano de mal
comigo mesma.

Tomar tarja preta, emagrecer mais e mais, chegar ao fim do poço
( ele acha que só as drogas poderiam fazer isso comigo, não, o
amor é a pior delas).

Ou pode ser tudo ao contrário. E nessa semana volto a querer
viver.

Eu vou tentar.

Mais uma vez.

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